quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Político quase perfeito



Para sabermos qual é o candidato perfeito, primeiro é preciso saber quais as funções de cada cargo dessas eleições. Nessas eleições iremos votar para prefeito e para vereador, eleições bem mais simples que as eleições para deputados, senadores e presidente.

Os vereadores não são eleitos para comprar dentaduras, óculos, passagens ou remédios para as pessoas, apesar de isso ser muito comum no Brasil, vereadores são eleitos para fiscalizar os atos, gestão dos prefeitos e, principalmente, legislar no município.

Quando alguém pede uma dentadura para um candidato, está corrompendo esse candidato, mas o eleitor não é obrigado a votar em tal candidato, por isso imagina que sua consciência está tranquila, não está.

A partir do momento em que um candidato é levado a crer que conseguiu comprar um voto, tal candidato procura financiadores, patrocinadores, parceiros para a sua campanha, isso leva um candidato a ter o seu mandato comprometido, mesmo antes de ser eleito. Tal candidato abandona os objetivos de servidor público e passa a adotar um perfil totalmente corporativo.

Vale lembrar que os melhores candidatos sempre serão aqueles que estão mais próximos do eleitor. Naturalmente, você não vai deixar de votar num candidato que você vê e convive no dia-a-dia, para votar num candidato que você considera muito bom, mas que não tem convivência com ele.

Isso acontece porque vivemos numa sociedade em que a burocracia é tão forte quanto a gestão pública é fraca.

Quando estiver numa fila de hospital, transplante, cirurgia, tratamento de doença grave, etc., sempre que conseguir um desses serviços, saiba que dez, vinte, talvez trinta outras pessoas pereceram para que você sobrevivesse; quando ligar para a polícia e ela não vier, não se irrite, ela estará apenas atendendo a dez por cento das chamadas possíveis de serem atendidas; quando não passar num concurso, saiba que apenas um por cento dos candidatos passaram.

É assim que funciona o nosso sistema desigual e, por incrível que possa parecer, alguns burgueses imbecis ainda tem a coragem de se valer de discursos ultrapassados como: "Somos nós que damos emprego para milhões e milhões de empregados que dependem da classe média alta para sobreviver, nós temos privilégios porque nós estudamos, lutamos muito por isso e é preciso muito esforço para ter o privilégio de ter uma quitinete no centro de São Paulo.

Acontece que o sistema tem evoluído muito nos últimos quinhentos anos, evoluído suficientemente para mostrar que países errados como o Brasil, desigualdade e sociedade elitizada, China, desigualdade e ditadura, e Índia, uma mistura de tudo o que não dá certo nesses países citados, podem crescer. Nesse tipo de sistema, que já começou a influenciar até as grandes economias de países ricos, todas as riquezas ficam concentradas numa determinada região, ou regiões, onde um grupo restrito de pessoas passam por duras provas secretas para provar que poderão ter direito a um lugar no topo.

Nesse nosso sistema, os políticos tem autoridade mas não exercem, ou por covardia, incompetência, insuficiência de representantes capazes de fazer a diferênça, ou porque o sistema já se tornou tão decadente que os nossos representantes de fato representam uma sociedade ainda mais falida que eles.

Apenas as mídias de massa ainda tem a sua utilidade para os donos do poder, assim, eles são pagos pelos poderosos para manipular as pesquisas, criando um jogo onde vence quem blefar melhor e a qualidade do blefe será proporcional àquele que pagar mais.

Quedas de políticos de direita, como Demóstenes Torres, demonstram um político conformado que conhece muito bem as regras do jogo, lembrando políticos famosos que nunca foram de direita ou esquerda, apenas escolheram um lado, como é o caso de José Sarney e Paulo Maluf.

Políticos de esquerda que não obedeceram a principal regra do jogo político, corporativismo do poder, caíram. José Dirceu  tornou-se o político mais odiado pela oposição brasileira, nem seus pardidários o defenderam, exceto os líderes de partidos da base aliada do governo.

Muita gente não observa, mas a maior corrupção não está em nível federal, mas em nível municipal. É aqui em baixo onde ocorre mais desvios de verba pública e é aqui que os deputados, senadores e até o presidente, estabelecem a base para o seu poder político.

Num sistema político como o nosso, podemos saber que um palhaço como o Tiririca vai vencer, quantos votos vai ter e até quem serão os seus suplentes - Eu confesso que não sabia que ele iria eleger o delegado da polícia federal.

O eleitor é livre para anular o voto ou para votar em branco, mas é preciso moderação, caso contrário, estará fazendo o mesmo joguinho sujo das pesquisas e mídias de massa, acreditando em números.

As novelas brasileiras sempre foram o retrato de nossa falta de percepção e educação, mas nunca apresentou a interatividade dos realities shows modernos, onde as novelas são criadas de forma diferente e a interpretação também, só a manipulação continua a mesma de sempre.

Novos tempos, novos políticos, assim, esses novos políticos fingem se importar com a opinião dos eleitores, inclusive questionando-os sobre os problemas a serem resolvidos, algumas vezes isso até dá certo mas é preciso a participação das massas.

By Jânio

Promessas de eleitores