sexta-feira, 9 de março de 2012

Guerra fiscal




O Banco Central surpreendeu até os mais otimistas, ao reduzir a taxa Selic para 9,75%, pelo que eu me lembre, a menor dos últimos anos. A medida deve provocar muitas mudanças na economia e animar o mercado.

Na minha opinião, esse é o limite que o governo consegue chegar, se não promover a concorrência e combater os monopólios de grandes corporações.

Estou sem a lista aqui, mas o Brasil ainda deve ter a maior taxa de juros entre os países emergentes e desenvolvidos. Deveria ser bem menor, já que o Brasil se encontra estampado em todas as publicações do mundo como um oásis econômico.

Apesar de estar com sua menor taxa de juros, o Brasil vê sua indústria desacelerando, principalmente o setor automobilístico. O que acontece?

Eu sempre disse que a taxa de juros não era tão preocupante quanto os impostos, origem de todo mal da economia brasileira, mas os impostos não são tão fáceis de reduzir.

A redução dos impostos seria a melhor maneira de mostrar que os políticos estariam roubando menos, que haveria de fato o controle das contas, que a concorrência aumentaria, assim como diminuiria a corrupção.

A medida do governo, em relação a taxa de juros, parece  mais uma briga que a presidente comprou com o os países ricos. Isso não é pouco, não.

Todos os países emergentes tem na economia brasileira um exemplo a ser seguido, o Brasil é o melhor entre os piores. Nessa glória dos desgraçados, a presidente começa a desafiar os países ricos, demonstrando nossa personalidade econômica.

Essa é uma área onde o Brasil se sente bem a vontade, já que tem alguns dos melhores economistas e gestores privados do mundo.

Brigar com o mercado internacional, poderia assustar qualquer um, menos um país auto-sustentável, como é o nosso caso. Qualquer descontrole que possa acontecer na balança, poderia ser resolvido sem traumas.

A presidente tomou várias medidas importantes nas últimas semanas, mostrando que tem o perfil político bem diferente do presidente Lula.

Primeiro foi a taxação de investimentos nas bolsas, em seguida foi o imposto de 6% nos financiamentos externos, com menos de 3 anos, e agora a taxa Selic está no limite.

É bom lembrarmos que essas medidas só podem ser tomada por países que tem absoluto controle de suas contas, sem depender do mercado externo, bem diferente do que acontecia há 10 anos atrás, quando o país precisava, desesperadamente, atrair investimentos.

Não há dúvida que os países ricos irão notar a presença Brasileira, resta saber qual será sua reação.

Há uma troca de favores no mercado internacional: Se os EUA importam muito do Brasil, então, o Brasil tem de apoiá-los, na medida do possível, em suas decisões políticas internacionais. Isso acontece também com a Venezuela e, depois da febre dos carros importados do Japão e outros países, o Brasil tende a ficar ainda mais forte, mas terá de apoiar seus parceiros econômicos.

Os países ricos não tem nenhuma chance contra nosso sistema escravagista e terão de se adaptar, como na Itália, onde a aposentadoria já chega a 2.500 reais, a metade da americana, 2.500 dólares. Eu acredito que o salário mínimo deva estar nessa faixa também.

By Jânio