sábado, 23 de abril de 2011

Classificados do século XIX




As palavras de Maquiavel continuam a ecoar pela nossa história - "A natureza do homem é má" - e a pergunta que fica é: Quais são as armas que dispomos para nos defender?

Como vivemos numa democracia, o voto seria a nossa melhor arma, mas se a imprensa é patrocinada pelo poder, como entender esse seu Lado Obscuro para podermos nos defender, sendo bem informados?

Vivemos numa nova escravidão, dessa vez muito pior, sem ser reconhecida e sem podermos nos defender.

Em 1.988 eu pensava: "há cem anos o afro-descendente ganhou a liberdade e começou a viver". Enquanto falávamos em escravidão do povo de Deus no Egito, há milhares de anos, cometíamos os mesmos pecados.

Eu também pensava: "Há cento e noventa anos conseguimos a nossa independência". Que independência que nada, tudo sempre foi um jogo do poder.

Hoje, a Globalização ameaça espalhar a escravidão do terceiro mundo pelo resto do planeta. Estamos muito próximos de uma nova idade média, onde os vários impérios espalhados pelos quatro cantos da Terra, terão a vantagem dessa mão-de-obra escrava.

Para a nossa sorte, o primeiro mundo possui educação suficiente para resistir ao nosso sistema. Se por um lado isso é bom, por outro lado corremos o risco de uma nova guerra mundial.

Enquanto nossa Presidenta afirma ser o câmbio o motivo de uma guerra, a mão-de-obra escrava pode ser um grande motivo para um conflito político, já que o educado povo do primeiro mundo não aceitará a escravidão para competir com os países sub-desenvolvidos.

No Oriente Médio isso já está acontecendo, o motivo lá é o petróleo.

Os países aliados criaram até softwares para espionar e censurar a população, mas isso não foi suficiente, assim, os aliados mudaram de lado, sabendo que o povo ainda pode ser controlado de maneira inversa.

Vivemos novos tempos, votando em troca da cesta básica, enquanto a classe média se torna cada vez mais dependente da aristocracia.

Esse é o preço que se paga pela hipocrisia. Até nas escolas, para se conseguir verbas, é preciso bajular os políticos do Ministério da Educação.

A educação cidadã está com um déficit considerável, não sabemos o que fazer com os marginais criados pelas babás eletrônicas.

Se os pais não sabem o que fazer e as escolas também não, resta o crime organizado, esses sabem exatamente o que nossos jovens pode fazer de melhor.

Somente as pessoas honestas serão escravas, o restante se adaptará de acordo com os novos tempos.

Enquanto isso, vamos ver como eram os classificados do século XIX.

01 - "Troca-se uma negra que saiba cozinhar e engomar, ou um escravo que sirva de pajem, por uma canoa grande" - Diário de Pernanbuco, 04/02/1.834.

02 - "compra-se, efetivamente para fora da província, mulatos, negros e moleques de 12 a 20 anos. Sendo bonitos, paga-se bem - Diário de Pernambuco, 22/09/1.843.

03 - "Vende-se um escravo velho, próprio para tomar conta de sítios, cuidar de vacas, vender frutas e leite - Diário de Pernambuco, 11/10/1.858.

04 - "Vende-se uma escrava de 22 anos, parida há três meses, e própria para criar, amamentar - Diário de Pernambuco, 30/06/1.836.

Fonte dos classificados: Gilberto Freyre - O escravo nos anûncios brasileiros do século XIX.

Escravidão Moderna


Texto: By Jânio

2 comentários:

Kamila Patriota disse...

"Estamos muito próximos de uma nova idade média, onde os vários impérios espalhados pelos quatro cantos da Terra, terão a vantagem dessa mão-de-obra escrava."

De certa forma nunca saímos da idade média, mais especificamente do período feudal, a única coisa que mudou foi a nomenclatura: os nobres senhores feudais que cederam o poder político na mudança para estado moderno, na verdade, nunca perderam de fato seu poderio, que conseguem manter até hoje.

Ótima postagem! Faz o leitor refletir e faz uma colocação muito interessante!

Jânio disse...

Olá Kamila:

Certos temas são abertos à várias conclusões, e a sua foi perfeita. Espero obter outros comentários como esse seu.

ABS